Por Alessandro Zagatto*
05/07/23 – Interessado no tênis de mesa? Hoje, inicio uma coluna aqui no Blog da MHC para trazer curiosidades científicas, tanto sobre os benefícios à saúde desta modalidade tão praticada mundialmente quanto de aspectos técnicos, motores e físicos. Minha ideia é traduzir informações e linguagens acadêmicas e científicas de maneira ampla e informal.
A prática de um esporte não é a atividade de tempo livre favorita dos poloneses. Apesar da importância da atividade física regular para a saúde, prazer e desenvolvimento pessoal e social, a falta de engajamento ainda é uma barreira a ser vencida.
Em trabalho assinado pelas professoras Elzbieta Biernat, Sonia Buchholtz e Justyna Krzepota, elas quantificaram o número de pessoas na Polônia que praticam o tênis de mesa em seu tempo livre como atividade recreacional. E a principal desculpa para não praticar atividade física regular é a falta de tempo. Quando esse tempo está disponível, elas passam 52% dele assistindo TV, 27% relaxando e apenas 11 % em atividade esportiva, enquanto aproximadamente 50% admitem não realizar atividade física ou atividade esportiva.
O tênis de mesa é assumido como um esporte complexo e multifacetado, que necessita de uma demanda física importante. Trata-se de uma atividade de tempo de reação/resposta rápida, que resulta em benefícios fisiológicos e cognitivos à saúde, bem-estar, humor e socialização. Favoravelmente, a prática lúdica (não competitiva) do tênis de mesa possibilita também uma oportunidade extra da modalidade no tempo livre, muito observada em hotéis, pousadas, clubes e residências. No entanto, ainda sabemos pouco sobre o número de praticantes no tempo livre e quais fatores favorecem a prática.
O estudo abordou 12.406 pessoas de 4.689 famílias e reportou que o tênis de mesa é praticado apenas por 2,8% da população polonesa e 6,6% dos poloneses ativos, muito inferior às atividades mais populares, como andar de bicicleta (66%), nadar (40%) e jogar futebol (20%), o que pode ser similar no restante do mundo, exceto a China.
Em adultos, a prática mais comum é a de jogos lúdicos, sem qualquer característica competitiva. Já entre as crianças, o tênis de mesa está presente em atividades escolares regulares, nas aulas de Educação Física. Além disso, é mais praticado por homens do que por mulheres. Quanto maior a cidade, maior a incidência. A faixa etária dos praticantes é de 15 a 59 anos. Destaca-se ainda a sua presença expressiva nas áreas rurais: 48,7%. Por fim, o tênis de mesa é mais praticado nas classes econômicas média e alta.
Devido aos inegáveis benefícios do tênis de mesa, como saúde, prazer, e desenvolvimento pessoal e social, podemos considerá-lo uma ferramenta excelente no aumento da atividade física. No entanto, uma política de divulgação da modalidade e seus benefícios, assim como políticas públicas e privadas que busquem aumentar seu acesso à população são essenciais, incluindo a oferta de locais públicos, locais de trabalho e aulas de Educação Física na escola.
FONTE: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29649160/
*O Dr. Alessandro Zagatto é Doutor em Ciências da Motricidade – UNESP e Docente do Departamento de Educação Física UNESP – Bauru-SP